Enfermeiros em protesto no Hospital de Portalegre: "É importante que os sindicatos se juntem e definam posições para poderem exigir ao Governo" - Luís Amaro


Os enfermeiros de Portalegre juntaram-se à luta dos seus colegas de trabalho em todo o país, ontem, quando organizaram uma vigília à porta do Hospital Dr. José Maria Grande, onde estiveram cerca de 70 pessoas, mais aqueles que solidarizaram com esta causa, mas que estavam de serviço (cerca de 30 pessoas). Algumas delas, mostraram o seu apoio ao apontar lanternas das janelas do Hospital, em direcção ao local da vigília. 

As reivindicações para uma das classes "mais martirizada, enxovalhada" e chamada por alguns de "imorais" nos últimos tempos pelos governantes em Portugal, na palavras do porta-voz desta vigília, Luís Amaro, são, essencialmente, o descongelamento das carreiras e a reposição das 35 horas de trabalho semanais extensíveis a todos profissionais de enfermagem.

Neste tópico, o enfermeiro que diz não ser sindicalizado, esclarece que houve "desinformação" quanto às suas reivindicações. "Disseram que nós queríamos ganhar mais que os médicos, mas não é disso que se trata. Todos nós, enfermeiros, médicos, assistentes operacionais, assistentes de limpeza, familiares e utentes, fazemos parte de uma equipa e estamos juntos a lutar por melhores cuidados de saúde", sublinhou.

Quanto à greve, Luís Amaro adiantou que na tarde de ontem (14 de Setembro), 84,3% dos enfermeiros do Hospital Dr. José Maria Grande fizeram greve. "De manhã temos taxa de adesão mais baixas, mais nos turnos da tarde e noite, essa adesão é muito mais alta". O assessor de comunicação do Hospital de Portalegre foi contactado pelo Fonte Nova, mas não nos facultou qualquer resposta.

As velas e palavras de ordem foram as armas de luta dos enfermeiros, que prometem não desistir: "É importante que os sindicatos se sentem à mesa, conversem e definam posições fortes e comuns para poderem exigir ao Governo. (...) É importante que o Governo ouça as nossas ideias", prometendo continuar com greves e manifestações até que vejam a sua situação regularizada. Há já uma nova paralisação para o início do mês de Outubro, dias 3, 4 e 5.

Veja as fotografias desta vigília aqui.

Por: Carlos Ribeiro - 15 Setembro 2017